segunda-feira, 11 de abril de 2011

Hoje foi um dia atípico. Explico. O que vou contar a seguir não endossa a idéia de que emoções só acontecem extraordinariamente em minha fugaz existência, muito pelo contrário, me considero um ser bastante emotivo, do tipo que chora até em filmes como "Titanic"...
Mas o que vivi hoje foi, de certa forma, diferente de toda emoção artificial a que somos sempre expostos, mas para entender o que aconteceu, preciso explicar alguns fatos anteriores.
Há algum tempo, não me lembro ao certo, nesta lide ministerial, precisei comparecer a um serviço fúnebre, coisa comum a quem abraça o ministério pastoral. Mas não se tratava de um funeral comum, estava sendo enterrado um militar, falecido enquanto estava em serviço. Não bastasse isso, esse irmão (era irmão o falecido) vinha a ser filho da zeladora de nossa congregação, e como ele havia falecido no mar, numa ilha, houve uma certa demora em encontrarem o seu corpo. Pois bem. esquife fechado, uma corporação em prantos, é, marmanjos enormes de branco aos prantos pela perda do querido amigo, pais inconsoláveis diante de um pedra tão prematura e uma esposa e dois filhos passando por momentos que somente Deus pode compreender. Como se ainda não bastasse a salva de tiros, um oficial e o seu pastor que sequer conseguiram completar suas falas, um menino de mais ou menos onze anos, no dia de seu aniversário, bradava em alta voz: "meu amigo foi embora, meu pai, meu amigo está indo embora..." Não sei você, mas aquilo foi demais para mim. Mas consciente de que, no desenrolar de uma missão como aquela, se as lágrimas brotassem elas não cessariam de cair...
Enfim, desde aquela data a garganta dá um nó sempre que me lembro daquele garoto.
Ontem, domingo à noite, numa cerimônia para os Embaixadores do Rei, aquele garoto (que parece estar vindo para a nossa congregação devido ao seu compromisso com essa organização, e pela familiaridade com alguns, já que seus avós e alguns tios e primos pertencem a esta igreja) estava bem na minha frente, o olhar ainda frágil, refletindo um vazio que perdurará por toda a sua vida, acompanhado de sua mãe e de seu irmão menor, recebeu o "diplominha" de ER.
Tive que correr. Corri para o banheiro, me tranquei ali e dei vazão a todo aquele choro que não pude expressar antes. Chorei por mim, chorei por ele, chorei pela sua mãe e pelo seu irmãozinho, enfim ainda estou chorando tentando imaginar porque uma criança tem de passar por esta situação.
No meio dessa reflexão descobri que nunca entenderei o porquê, mas descobri algo que, assim como mudou a sua vida para sempre, pode mudar a minha. EU preciso estar junto, EU preciso trabalhar para que a enorme lacuna que ainda machuca seu coração possa um dia diminuir um pouco, EU necessito ser consciente  de que as minhas ações podem melhorar a sua qualidade de vida, EU fui confrontado com uma situação que não posso mudar nem mesmo entender, mas posso e devo agir para que os rumos desta vida que se inicia com uma dor tão forte mudem para melhor.
Espero ter essa utilidade. Mesmo.

Um comentário:

  1. Caro Pastor Elber, entrei em seu blog, por acaso. Suas palavras renovaram as minhas esperanças. Eperança de saber que Deus reservou para seu ministério homens como você que de fato estão dispostos a cuidar do rebanho. Vejo não só verdade em suas palavra, mas, uma força inabalável que só poderia ter vindo do trono do poder do Deus altíssimo. Vai nessa força varão valoroso. Homens valorosos como você são como o ouro finíssimo, difissílimo de encontrar. Não temas quando entrares na batalha, pois o Senhor dos exercitos vai na tua frente.

    O Senhor é a tua força!!!!!!

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