terça-feira, 22 de setembro de 2009

Sem palavras (eu nem acredito nelas...)


O AR

Não acredito no ar.
Ninguém jamais o viu,
Ninguém jamais o sentiu
entre o seu dedo e o seu polegar.
Os convertidos falam a respeito de
sentir o sabor do ar
e de cheirá‑lo.
Mas há sempre uma outra explicação;
o mar logo ali,
uma indústria com chaminé,
um monte de esterco de gado.
Não é esse "tal" ar
que cheira.
Os cientistas têm fé total
nesse ar.
Dizem que ele guarda
e sustenta nosso mundo.
Tire o ar, argumentam,
e sumiremos.
Os meteorologistas atribuem
sinais e maravilhas ao ar;
pessoas são jogadas ao chão,
árvores são derrubadas e a paisagem fica
transformada.
Parece‑me como uma superstição.
Se o ar existe
Quem o criou?
Aonde vai?
Por que o ar não se revela
só uma vez, como prova?
Meus amigos me perguntam por que as janelas
tremem
e o cabelo se desajeita,
mas não acredito no ar.
Ar é mais uma palavra
para algo que não existe.

Steve Turner (Steve Turner. The King of Twist - London: Hodder & Stoughton,1992.)

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