sábado, 28 de novembro de 2009

Casamentos…

                Nós, (como o Clemir gosta de dizer) mediadores de experiências religiosas, vez em quando somos convocados a realizar uniões matrimoniais, a lei nos torna equiparados a juízes de paz (o que, por sua vez, nos torna despenseiros de múnus legal, o que deveria ser muito mais bem utilizado...(decreto lei 6.025/73 cap. VII)), e enchemos a boca para repetir, como papagaios, a célebre frase proferida pelo Mestre: “...o que Deus ajuntou, não separe o homem...”. Minha rusga com o dito, obviamente, não é quanto ao Mestre tê-lo dito, mas é quanto a nós o dizermos. Quem, efetivamente, sabe se Deus REALMENTE ajuntou determinadas pessoas que insistem em juntar-se? Fiamo-nos no igualmente célebre dito de Cristo: “... o que ligares, pois, na terra, será ligado no céu...”, mas isso também foi dito pelo Mestre a uma pessoa, especificamente: Pedro. Quem disse que seria verdade para cada um de nós? Quantos casamentos celebrados lindamente em nossos templos acabam em separação, às vezes até litigiosa? Ainda bem que são poucos, por enquanto, mas existem uns tantos.
                Por quê a indignação? Por quê o comentário? Porque não existe coisa de pé que não tenha sido levantada por algo/alguém. A certeza que “temos” vem ainda do velho hábito (veste) do sacerdote. Ainda não entrou em nossa cabeça dura que diante de Deus somos todos iguais, não há quem desfrute de privilégios especiais salvo aqueles que provém da comunhão, da experiência, do viver diário. Ainda vestimos hábitos, não os mesmos, mas com a mesma função: diferenciarmo-nos da plebe através de paramentos visíveis e claramente identificáveis. Ainda cremos que a gravata fará a diferença necessária para que Deus nos ouça/atenda.
                Ai de nós.

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